terça-feira, 2 de março de 2010

Sobre a Feminilidade!

Vivemos hoje o periodo de maior emancipação feminina, não que isso tenha sido uma linha seguida há anos e anos, não, fato é que a mulher encontrou seu espaço na sociedade.
Em diferentes épocas a gente pega o desrespeito social pela figura feminina, o apelido de sexo fragil ou até o estereotipo de beleza feminina, magra, alta e esbelta.
No brasil, para melhor sintetisarmos a ideia sobre essa aceitação social, falemos sobre a época do auge do samba no brasil.
Nesta época, os homens do samba, ou da noite como conhecidos, tinham suas esposas, mulheres ou até em outro formato de relacionamento, como mãe, irmã. Suas noitadas eram baseadas na famosa "cafagestagem", deixando suas musas em casas ou preocupadas quando parentes, ou em prantos quando afetos próximos.
Justo essas que eram o significado maior do samba, com sua românticidade, eram esquecidas por aqueles que os faziam.
Isso é um dado brasileiro, com menos de 100 anos, porém peguemos na segunda grande guerra. Enquanto, homens, filhos, maridos morriam nos campos de batalha em meio a grande má idealização de luta pela liberdade, suas mulheres, irmãs e mães trabalhavam tanto na Inglaterra, França, Estados Unidos e outros países da aliança como também na Italia, Japão e Alemanha, na industria bélica produzindo balas para tanques, limpeza de canos para fúzis e espingardas. E ao fim da mesma volta-se o mesmo pensamento, que em guerra tentado mudar a sociedade, a mulher e seu fogão, sua pia... a mulher e os afazeres de casa.
Bem porém não é este o objetivo inicial nem conclusivo deste, serve como prévia do que quero dizer.

De 20, ou 30 anos para tál época em que vivemos, isso vem mudando, e a própria sociedade não aceita mais esse preconceito que poderiamos dizer de anti-feminilidade, ou até contra o fortalecimento da mulher dentro da sociedade tem caído, o que se diz um bom dado.
Isso se dá não só pela quantidade esmagadora e diferente de existencia de mulheres e homens, que é notavel, mais sim pela qualidade feminina de se pensar.
Deixar na mão de mulheres responsabilidades antes só dadas a homens, tem se tornado algo normal, e muitas vezes mais bem reconhecidos na sociedade. Comandos empresariais, setoriais, cargos governamentais. Mais não só no profissional academico, como nas outras areas também, esportes coletivos antes só praticado por homens, esportes agressivos e artes marciais, dentre tantas outras areas em que literalmente houve-se uma "invasão" feminina.
Nada mais é "só para o homem", tatuagem, briga, braços fortes, música entre mil e um fatos.

Como vivemos a cena do underground, punk, skinhead até abrangindo ao rap, hoje temos mais meninas e mulheres nessa cena, e de outra forma diferente de muito tempo atrás.

No rap aonde a mulher sempre foi alvo de machismo, pode-se parecer prepotencia, mais vemos hoje ela se fortalecer, respeitadas e reconhecidas. Negra Li no brasil, no México Julieta Venegas que canta sempre com Cartel Del Santa, na Espanha a cantora Arianna Puello dentre tantas outras não conhecidas que nascem na periferia.
Por que preferencia em falar primeiro sobre a parte do Rap, cultura Hip-Hop e a mulher. Por que justo neste é aonde a mulher foi mais despresada e desrepeitada, aonde o tema para a mulher sempre foi, ela é minha namorada, mulher, e ela me respeita mesmo que eu bata nela, ela entenderá que isso é pelo amor. O que deixa de ser verdade.
Aonde ter-se mais de uma mulher, fora do conjulgal, era algo normal e a sua esposa de conjulgue ter de aceitar. Isso não existe mais com a frequencia que já existiu anteriormente.

Mesmo no punk, hoje no brasil já vivemos diversas bandas, coletivos e meninas com atitude para derrubar o que dentro desse movimento que tão libertario já foi machista.
As Mercenarias, Menstruação Anarquica, Bulimia, e tantas outras bandas punk brasileiras só de meninas, o caso do Lokaut com vocais femininos, tem mostrado que há mais força hoje dentro da cena punk feminina do que nunca houve-se antes.
Ainda se tratando de brasil, a cena realmente tem dado mais espaço a feminilidade do que antes. Antes um movimento em 80, 90 com número reduzido de meninas, não só por falta delas mesma, e sim por ganguismo que separavam elas, e o próprio machismo de estar na "city" e estar com um cara e no instante seguinte estar com os que por aquele cara taxados como "pilantras", que assim como com os homens houve com as meninas, migrando do punk para o careca.

No skinhead isso foi tão mais ridículo ou igualmente como o punk, porém com uma história mais recente. Muitos de movimentos punks, não aceitaram membro de sua sociedade migrarem de punk para skinhead, mesmo que com a sua mentalidade ainda libertaria, sendo skinhead's antifascistas, meninas que sempre deram a cara pelo lado "certo" do role, não foi aceito por muitos punks, que já fizeram emboscadas para pegar tais meninas.
O contrario também houve, saída de meninas do lado ruim da vida, do lado conservador e adentrando a cultura antifascista, não que fosse tais meninas realmente adeptas de ideais preconceituosos e conservadores, mais submissas dentro da cena em que viveram, devido ao machismo exacerbado.

Hoje, como voces do coletivo antifa fammes, como as meninas que já realizaram em outro tempo o diesel, entre tantos coletivos feministas, pela libertação e igualdade feminina, não superioridade como femistas, transformaram toda essa cena antes machista e preconceituosas com voces.
Meninas que independente de seus relacionamentos pessoais, de opiniões masculinas sobre elas dentro da cena, se mantém firme com sua posição, não mudando de lado como anos 80 em que se deixava de namorar um rapaz da gangue x e iria começar a estar do lado da gangue y. Criando-se então uma rivalidade, com intuito de não fortalecer a cena feminina.
Hoje é mais forte a permanencia das garotas na cena em que se nasce do que os próprios homens, que talvez por falta de estrelismo mudam de cena.
Meninas agora são um exemplo de força e convicção em permanecerem antifascistas, forte contra preconceito.
E que tenhamos futuras gerações femininas fortes como voces, skinheads, punks ou garotas do rap, e que isso não se deixe cair!
E o ditado do underground hoje se dá para voces.
"If the kids are united"